Gatinha Jesebel

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

A HISTÓRIA DO LIVRO

   Que é o livro? Para fins só estatísticos, na década de 1960,  a UNESCO considerou o livro "uma publicação impressa, não periódica, que consta de no mínimo 48 páginas, sem contar as capas".
   O livro é um produto industrial. Mas também é mais do que um simples produto. O primeiro conceito que deveríamos reter é o de que o livro como objeto é o veículo, o suporte de uma informação. O livro é uma das maiores invenções do homem.
   A Enciclopédia Abril (1972), publicada pelo editor e empresário Victor Civita, no verbete "livro" traz concisas e importantes informações sobre a história do livro. A seguir, transcreve-se alguns tópicos desse estudo didático sobre o livro:


O LIVRO NA ANTIGUIDADE

   
    Antes mesmo que o homem pensasse em utilizar determinados materiais para escrever (como, por exemplo, fibras vegetais e tecidos), as bibliotecas da Antiguidade estavam repletas de textos gravados em tabuinhas de barro cozido. Eram os primeiros "livros", depois progressivamente modificados até chegarem a ser feitos  - em grande tiragem - em papel impresso mecânicamente, proporcionando facilidade de leitura e transporte. Com eles, tornou-se possível, em todas as épocas, transmitir fatos, acontecimentos históricos, descobertas, tratados, códigos ou apenas entreterimento.
   Como sua fabricação, a função do livro sofreu enormes modificações dentro das mais diversas sociedades, a ponto de constituir uma mercadoria especial, como técnica, intenção e utilização determinadas. No moderno movimento editorial das chamadas sociedades de consumo, o livro pode ser considerado uma mercadoria cultural, com maior ou menor significado no contexto socioeconômico em que é publicado. Como mercadoria, pode ser comprado, vendido ou trocado. Isso não ocorre, porém, com sua função intrínseca, insubstituível:  pode-se dizer que o livro é essencialmente um instrumento cultural de difusão de ideias, transmissão de conhecimentos, documentação (inclusive fotográfica e iconográfica), etretenimento ou ainda condensação e acumulação do conhecimento. A palavra escrita venceu o tempo, e o livro conquistou o espaço. Teoricamente, toda a humanidade pode ser atingida por textos que difundem a ideias que vão de Sócrates e Horácio a Sartre e McLuhan, de Adolf Hitler a Karl Marx.



ESPELHO DA SOCIEDADE


   A história do livro confunde-se, em muitos aspectos com a história da humanidade. Sempre que escolhem fases e temas, e transmitem ideias e conceitos, os escritores estão elegendo o que consideram significativo no momento histórico e cultural que vivem. E assim, fornecem dados para a análise de sua sociedade. O conteúdo de um livro - aceito, discutido ou refutado socialmente - integra a estrutura intelectual dos grupos sociais.
   Nos primeiros tempos, o escritor geralmente vivia em contato direto com seu público, que era formado por alguns poucos letrados, já consciente das opiniões, ideias, imaginação e teses do autor pela própria convivência que tinham com ele. Muitas vezes, mesmo antes de ser redigido o texto, as ideias nele contidas já haviam sido intensamente discutidas pelo escritor e parte de seus leitores. Nessa época, como em várias outras, não se pensava no enorme percentual de analfabetos. Até o século XV, o livro servia exclusivamente a uma pequena minoria de sábios e estudiosos que constituíam os círculos intelectuais (confinados aos mosteiros no início da Idade Média) e que tinham acesso às bibliotecas, cheias de manuscritos ricamente ilustrados.
   Com o reflorescimento comercial europeu em fins do século XIV, burgueses e comerciantes passaram a integrar no mercado livreiro da época.  A erudição localizou-se, e o número de escritores aumentou, surgindo também as primeiras obras escritas em línguas que não o latim e o grego (reservadas aos textos clássicos e aos assuntos considerados dignos de atenção).
CULTURA E COMÉRCIO


   Com o desenvolvimento do sistema de impressão de Gutemberg, a Europa conseguiu dinamizar o sistema de fabricação de livros, imprimindo, em cinquenta anos, cerca de vinte milhões de exemplares para uma população de quase cem milhões de habitantes, a maioria analfabeta. Para a época, isso significo enorme revolução, demonstrando que a imprensa só se tornou uma realidade diante da necessidade social de ler mais.
    Impressos em papel, feitos em cadernos costurados e posteriormente encapados, os livros tornaram-se empreendimento cultural e comercial: os editores passaram logo a se preocupar com melhor apresentação e redução de preços. Tudo isso levou a comercialização do livro. E os livreiros baseavam-se no gosto do público para imprimir, sobretudo, obras religiosas, novelas, colecções de anedotas, manuais técnicos e receitas.
   O percentual de leitores não cresceu na mesma proporção que a expansão demográfica mundial. Somente com as modificações socioculturais e econômicas do século XIX - quando o livro começou a ser utilizado também  como meio de divulgação dessas modificações, e o conhecimento passou a significar ma conquista para o homem, que, segundo se acreditava, poderia ascender socialmente se lesse - houve um relativo aumento no número de leitores, sobretudo na França e na Inglaterra, onde alguns editores passaram a produzir, a preços baixos, obras completas de autores famosos. O livro era então interpretado como símbolo de liberdade, conseguida por conquistas culturais. Entretanto, na maioria dos países, não houve nenhuma grande modificação nos índices percentuais até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914/18), quando surgiram as primeiras grandes tiragens de livros, principalmente romances, novelas e textos didáticos. O número elevado de cópias, além de baratear o preço da unidade, difundiu ainda mais a literatura. Mesmo assim, a amor parte da população de muitos países continuou distanciada, em parte porque o livro, em si, tinha sido adquirido somente por um pequeno número de eruditos. A grande massa da população mostrou maior receptividade aos jornais, periódicos e folhetins, mais dinâmicos e atualizados, além de acessíveis ao poder aquisitivo da grande maioria.
   Mas isso não chegou a ameaçar o livro como símbolo cultural de difusão de ideias, como fariam, mais tarde, o rádio, o cinema e a televisão.
   eletrônicasimperecíveis fazem alguns teóricos da comunicação de massa pensar em um futuro sem os livros tradicionais, com seu formato quadrado ou retangular, composto de folhas de papel, unidas umas às outras por um dos lados.
   Seu conteúdo e suas mensagens racionais ou irracionais, seriam transmitidos por outros meios, como, por exemplo, microfilmes ou fitas gravadas.
   A televisão transformaria o mundo inteiro em uma grande "aldeia" (como afirmou Marshal McLuhan), no momento em que todas as sociedades decretassem sua prioridade em relação aos textos escritos.
   Mas a palavra escrita difissilmente deixaria de ser considerada uma das mais importantes heranças culturais, para todos os povos.
   E no discurso de toda a sua evolução, o livro sempre pode ser visto como objeto cultural (mensurável, com forma entendida e interpretada em função de valores plásticos) e símbolo cultural (dotado de conteúdo, intendido e interpretado em função de valores semânticos). As duas maneiras podem fundir-se no pensamento coletivo, como um conjunto orgânico (em que o texto e a arte se completam, como, por exemplo, em um livro de arte), ou apenas como um conjunto textual (no qual a mensagem escrita vem em primeiro lugar - um livro de matemática, por exemplo).
   A mensagem (racional, prática ou emocional) de um livro é sempre intelectual, e pode ser revivida a cada momento.
   O conteúdo, estático em si,dinamiza-se em função da assimilação das palavras pelo leitor, que pode discutí-las, reafirmá-las, negá-las ou transformá-las. Por isso, o livro pode ser considerado um instrumento cultural capaz de liberar informação, sons, imagens, sentimentos e ideias através do tempo e do espaço.
   A quantidade e a qualidade das ideias colocadas em um texto podem ser aceitas por uma sociedade, ou por ela negadas, quando entram e choque com conceitos ou normas culturais admitidas.
   Nas sociedades modernas, em que a classe média tende a considerar o livro como sinal de status e cultura (erudição), os compradores utilizam-no como símbolo mesmo, desvirtuando suas funções ao transformá-lo em livro-objeto. Mas o livro é, antes de tudo, funcional, seu conteúdo é que lhe concede valor (como os livros de ciências, de filosofia, religião, artes, história e geografia, que representam cerca de 75% dos títulos publicados anualmente no mundo).


O MUNDO LÊ MAIS


   No século XX o consumo e a produção de livros aumentaram progressivamente. Lançado logo após a Segunda Guerra Mundial (1939/45), quando uma das características principais da edição de um livro eram as capas entreteladas ou cartonadas, o livro de bolso constituiu um grande êxito comercial. As obras, sobretudo best sellers publicados algum tempo antes em edição de luxo, passaram a ser impressas em rotativas, como as revistas, e distribuídas nas bancas de jornal. Como as triagens elevadas permitiam preços mito baixos, essas edições de bolso popularizaram-se e ganharam importância em todo o mundo.
   Até 1950, existiam somente livros de bolso destinados à pessoas de baixo poder aquisitivo; a partir de 1955, desenvolveu-se a categoria do livro de bolso "de luxo". As características principais destes últimos eram a abundância de coleções, em 1964 havia mais de 200 nos Estados Unidos, e a variedade de títulos endereçados à um público intelectualmente mas refinado.
  A essas diversificações das categorias adiciona-se a dos pontos de venda, que passaram a abranger, além das bancas de jornais, farmácias, lojas, livrarias, etc... Assim, nos Estados Unidos, o número de títulos publicados em edição de bolso chegou a 35 mil em 1969, representando quase 35% do total dos títulos editados.




   

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