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domingo, 23 de agosto de 2009

Resenhado por Aline Andreazza
Enquanto acadêmica do curso de História pela Universidade de Caxias do Sul


O HERÓI JULHO DE CASTILHOS


O texto a seguir baseia-se no capítulo 3. “O Herói Júlio de Castilhos e a Tradição reordenada”, do livro Imagens do Gaúcho – História e Mitificação, de Daysi Lange Albeche.


Logo no início do capítulo, a autora nos dá uma breve idéia de como pensavam os Republicanos, que atribuíam todo o mal que havia na sociedade à permanência do regime monárquico. Com a proclamação da república em 15 de Novembro de 1889, os estados passaram a ter autonomia para legislar livremente, desde que não ferissem a constituição do país. Daysi coloca que no Rio Grande do Sul foi diferente. O Executivo passou a dominar o Legislativo e o Judiciário, o Partido Republicano Rio-grandense se instala, governando de 1892 até 1930 sem interrupções. Inspirados por Comte eram positivistas ferrenhos, sendo assim se utilizavam da idéia de que “Se um homem revela capacidades e qualidades deve-se conservá-lo no poder”.


De acordo com Daysi, as Idéias de Ordem e Progresso representavam uma sociedade urbana onde se destacam os banqueiros e capitalistas (comerciantes e industriais) que organizam a sociedade. Pelo texto também percebemos o quanto o discurso Castilhista se inspirou em Augusto Comte. Era sob as idéias positivistas de Comte, que sustentava que a ciência social positivista era a única capaz de iluminar e guiar a verdadeira arte política, sobre a qual Júlio de Castilhos criou uma nova proposta de organização social. Como mostra Daysi: ...”O regime público deveria ser a expressão da dedicação dos fortes para com os fracos e pela veneração dos fracos para com os fortes”. Isso contribuiu para a implantação de um regime autoritário e a Ditadura Científica Positivista. A autora não deixa de relatar que, embora a doutrina de Comte seja elaborada para a sociedade francesa do séc. passado, Júlio de Castilhos e o PRR reinterpretaram e adaptaram os elementos simbólicos da sociedade positivista, como uma etapa final de evolução que seria o Tempo de Ouro de ordem, progresso, felicidade liberdade e justiça. No decorres do capítulo, a autora também mostra que o positivismo está presente nos estatuários do centro da cidade, logo, os castilhistas preocupavam-se em destacar nos prédios oficiais, através da arte, que a nova organização social está associada ao progresso da ordem capitalista e industrial.

Seguindo este paradigma, a autora dá uma ênfase maior ao personagem de Júlio de Castilhos, que, segunda ela, mostrou-se ser o único eleito, sem oposição, para estabelecer a ordem republicana no Rio Grande do Sul. Júlio de Castilhos utilizou-se da Revolução Federalista para eliminar toda e qualquer oposição política, e também para aumentar o seu poder.


A Brigada Militar segundo sustenta a autora, foi uma criação de Júlio de Castilhos, juntamente com o Grêmio Gaúcho de Tradição. Essa força policial controlava, pelo uso da força qualquer desordem que viesse atrapalhar o desenvolvimento da Ordem e do Progresso. Já o Grêmio Gaúcho de Tradição contribuía com a propaganda à memória dos grandes homens. A propaganda republicana utilizou a Revolução Farroupilha como modelo de moral a ser passado para as gerações futuras. Segundo Daysi, ...”a Epopéia Farroupilha tornou-se modelo dos valores de ordem, progresso, generosidade, liberdade, bravura, sabedoria e justiça de que o partido republicano dizia-se continuador”.


A autora deixa clara a importância que tinha Júlio de Castilhos no Tempo de Ouro. Após sua morte, em 24 de outubro de 1903, Passou a ser cultuado como herói. Ele não era mais um homem comum, passou a ser único, dispensado de qualquer questionamento, crítica e avaliação sobre sua conduta. Nesse retrato ele torna-se despossuidor de falhas e defeitos. A autora nos apresenta alguns atributos a Júlio de Castilhos, dos quais posso citar: Anjo da República, Hércules, Grande Oráculo da Sociedade Rio-Grandense e por aí à fora. Como explica Daysi, queriam que a figura de Júlio de Castilhos fosse transformada em um mito, sendo assim, ele passou a ser apresentado como um homem eleito, a idéia era que ele morria apenas fisicamente, mas seu exemplo ficara, conforme o pensamento de Augusto Comte:”Os Vivos são sempre, e cada vez mais, governados necessariamente pelos mortos”. Era necessário que suas idéias e princípios ficassem preservados no imaginário popular.



De acordo com Deysi, este apelo para tornar Júlio de Castilhos um mito foi tão forte que ocorriam peregrinações e romarias ao seu túmulo. Perante aos adeptos da tradição reordenada, Júlio de Castilhos era o único Rio-Grandense que reunia todos os atributos e virtudes de um espírito elevado e superior, recebendo título de Patriarca, Guia Capaz, Cavaleiro Andante da República, entre outros. A glorificação de Júlio de Castilhos deveria ficar sempre presente na lembrança de todos os “bons Republicanos”.


Na parte final do capítulo a autora nos fala sobre o sucessor de Júlio de Castilhos Borges de Medeiros, que segundo ela, após a morte de Castilhos, passou a ser apresentado como símbolo de todas as virtudes sociais e políticas, por dar continuação à obra republicana iniciada pelo Patriarca.


Como esclarece Daysi, Borges de Medeiros, após ser considerado discípulo do grande mestre, passou a ter a responsabilidade de administrar o grande tesouro que o mestre alcançou, dando continuidade a obra republicana castilhista. O PRR acreditava que o Herói Júlio, mesmo morto, continuaria interagindo através de Borges.

Deysi escreve que Borges de Medeiros teve cinco mandatos, e nesse período ele legitimou a continuidade do regime autoritário, cabendo somente a ele reger as tarefas administrativas como também escolher e indicar os “eleitos” para participar na representação partidária, tanto a nível estadual quanto federal. Daysi cita João Pio de Almeida, que em sua obra coloca Borges de Medeiros como um homem puro, pois por viver aos serviços da coletividade, não tinha ambições pessoais à não ser, a de ser útil à Pátria e à República. Sendo assim, como nos apresenta a autora: ... “para o discurso republicano, Borges de Medeiros representava o elo de continuação do regime de sabedoria, moralidade e educação cívica inaugurado pelo Patriarca.





Para terminar, Deysi coloca Júlio como uma figura imortal, grandiosa, como se já houvesse nascido predestinado a tornar-se um símbolo de sabedoria e de justiça, um modelo para as futuras gerações. Essa foi a construção feita em torno da figura de Castilhos. Mas a autora não nos deixa esquecer que, hoje, seu túmulo e monumentos servem apenas para o estudo das artes funerárias e monumental e não há mais romarias organizadas.

Segundo a autora, a criação do mito do herói Júlio de Castilhos tornou-se o signo de uma época, isto é, de um Tempo de Ouro que não se referia ao gaúcho real tal como era, assim como nas obras literárias, a representação do gaúcho não é fiel ao que realmente parecia.

domingo, 26 de julho de 2009

SÃO LEOPOLDO, BERÇO DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ NO RIO GRANDE DO SUL.


Resenhado por Aline Andreazza
Enquanto Acadêmica do curso de História pela Universidade de Caxias do Sul


Este texto se baseia em um artigo escrito por Eloisa Helena Capovilla da luz Ramos, chamado: “ O cenário Leopoldense entre 1850 e 1930”. Neste texto a autora tem por objetivo nos mostrar como são descritos os espaços públicos e privados das elites desta cidade durante este período, mostrando também o seu desenvolvimento, que, segundo ela, foi alcançado a partir dos anos 40 do séc. XIX.


Eloísa nos apresenta São Leopoldo como cidade berço da colonização alemã no Rio Grande do Sul, e uma cidade que apresentou muito cedo estruturas para o lazer, como salões de baile, clubes, hotéis, espaços ao ar livre, etc... Sedo colonizada por alemães, a autora sustenta ter São Leopoldo uma bagagem cultural diferente das outras colonias que aqui estavam. Isso, segundo a autora, se deve a influência da religião Protestante, que já reformada tinha outra visão. Além da religião, tinham um outro modo de trabalhar a terra e uma visão de mundo diferente.


Com o auxílio de depoimento de viajantes que por lá passaram, a autora faz um apanhado de São Leopoldo durante seus primeiros 60 anos, onde, chegou-se a conclusão que, primeiramente ela era considerada rica, ordeira, com casas luxuosas; depois, com o crescimento urbano desordenado, com falta de diretrizes, foi considerada, no final dos anos de 1870, como uma cidade com uma infra-estrutura precária. Mesmo assim, a autora coloca no texto que a cidade não parou de crescer, principalmente após a Guerra dos Farrapos, e esta nova mudança econômica trouxe um novo modelo de vida para a estrutura da vila, onde advogados, médicos, jornalistas e funcionários públicos também aumentaram seu úmero dentro da sociedade.

Com esse crescimento vertiginoso, e essas mudanças todas, a Eloisa descreve a necessidade da criação de espaços para o laser, e foram os comerciantes que se mostraram os mais preparados para este salto. Começou com a fundação do clube Orpheu, em 1858, era dedicado ao canto, mas logo começou ser usado para outras atividades e também cedido para comunidade em forma de aluguel, já que era um clube de sociedade, foi aí que sua importância cresceu. Outra forma de entretenimento que a autora nos mostra são as igrejas, tanto a católica quanto a luterana; para a elite local, a igreja não era só um local de recolhimento, de meditação e de aprendizagem sobre os bons costumes, mas também espaço público de ver e ser visto. Eloisa também coloca as escolas como forma de diferenciação social, pois, segundo ela, freqüentar determinadas escolas fazia parte da diferenciação de status.

Conforme Eloisa, foi no início dos ano 80 do séc. XIX que a ginástica chegava aqui pela mão de alemães, sendo assim fundado o Clube de Ginástica de São Leopoldo. A ginástica foi incorporada ao teatro e neste período, peças teatrais na sociedade Orpheu eram bastante freqüentes. De acordo com a autora, o teatro tinha muita influencia tanto no profissional quanto no amador. A autora nos apresenta alguns esportes de salão, onde se destaca principalmente o bolão. Existia também o clube de tiro e o clube de tênis, que completavam o cenário privado do lazer de São Leopoldo. O clube Orpheu só perdeu seus status, quando, segundo Eloisa ...” na década de 20, surgiu, aquele que seria considerado pelos leopoldenses o clube de elite por excelência: a Sociedade Recreio Juvenil”. De acordo com a autora, no final do séc. XIX, início do séc. XX, nos clubes ocorriam apresentações de operetas e trupes de mágicas. De acordo com ela, a ligação com Porto Alegra era fácil, então os espetáculos vinham em turnê para POA e acabavam fazendo uma apresentação em São Leopoldo.


Eloisa também nos apresenta dois morros: o Paula e o do Espelho, onde eram realizados piqueniques em dias especiais, até mesmo com escolas. Mas a elite usava uma certa chácara, chamada “Chácara Shmidt”, onde festejavam quermesses, páscoa, a até poderia servir de cenário para um simples jogo de futebol para os participantes ilustres.
Como diz a autora, a prática do lazer sempre esteve muito presente entre o povo leopoldense. Pode-se chamar de um estilo de vida. Para cada tempo, existem certos tipos de atividades, diferenciando de acordo com gênero ou gostos, ou ainda fatores econômicos. Isto pôde ser analisado no artigo de Eloisa.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

ARTIGO



OS NÔMADES DO MARTÍRIO:
A vida do médico no campo de batalha.
Aline Andreazza
RESUMO: (Enquanto Acadêmica de História)

Este artigo representa os resultados finais de uma pesquisa elaborada nos moldes da Revolução de 1893, onde o foco é a figura do médico voluntário. Esta pesquisa foi realizada como atividade avaliativa na disciplina de História do Rio Grande Do Sul. Para realizar esta tarefa utilizei como fontes as obras de Ângelo Dourado, Voluntários do Martírio, 4 Séculos de História, de Júlio Quevedo e Diários da Revolução de 1893, de João Nunes da Silva Tavares, além dos sites http://www.wikipedia.br/, e http://www.infoescola.com/historia/revolucao-federalista/. Na primeira parte do trabalho apresentarei a contextualização do período e as principais motivações que levaram à essa guerra. Na segunda parte, farei menção ao cenário em que o Rio Grande do Sul se encontrava durante o período da revolução de 1893. Na terceira parte da pesquisa enfocarei de forma mais detalhada o papel da figura do médico dentro desta revolução; da tropa, os acampamentos, seus instrumentos, suas dificuldades e superações. Por fim , de forma resumida, apresentarei um resumo das minhas conclusões sobre o tema apresentado.


PALAVRAS CHAVES: Rio Grande do Sul, revolução, coxilha, gaúcho, trincheira, tropas, republicanos, federalistas.

PRIMEIRAS PALAVRAS: Os médicos são figuras realmente muito importantes. Se são importantes na nossa vida quotidiana, imagine a sua importância durante uma guerra. Durante a Revolução de 1893 suas privações eram muitas, os recursos eram escassos, mas eles estavam ali, voluntários por uma causa que acreditavam com o coração e a alma cheia de esperanças. Foi durante uma época de contendas políticas e ideológicas que Ângelo Dourado conta seu relato junto ao campo de batalha, engajado ao exército dos Republicanos.



A SOCIEDADE EM 1893
A Revolução de 1893, surge à partir da evolução dos antigos ideais republicanos dos farroupilhas, que almejavam a liberdade política, o rompimento com o autoritarismo monárquico, o fim do absolutismo imperial, e a descentralização do poder. Esses movimentos revolucionários, sofreram a inspiração da Revolução Francesa, através dos seus ideais de "Igualdade, Liberdade, e Fraternidade", bem como a influência dos vizinhos platinos, tais como, Argentina e Uruguai, que ao se emanciparem de sua metrópole, adotaram a República como regime de governo, e também, durante a Guerra do Paraguai, onde militares brasileiros tiveram um estreito contato com as nações republicanas aliadas.



Faz-se necessário ressaltar que os "Chimangos e Maragatos", não surgiram de uma hora para outra, o movimento resultou de um clima de insatisfação, que se arrastava há vários anos, desde que as primeiras idéias republicanas começaram a se fazer sentir no país.



O movimento republicano gaúcho, teve como principais características, o federalismo, a abolição da escravatura, o fim do 4º poder (Moderador), e a adoção das idéias positivistas de Augusto Comte. Devido à este caráter comtiano, o Partido Republicano Riograndense (PRR), fundado em 1882, diferenciou-se muito dos demais partidos republicanos das outras unidades da federação. Por ocasião da proclamação da República, o PRR assume o governo no RS, tendo à sua frente Júlio de Castilhos, positivista ferrenho, que outorgou uma constituição autoritária, que possibilitava a reeleição sucessiva do Presidente do Estado. Em 1891, com a tentativa de golpe contra Deodoro da Fonseca, e a indecisão de Castilhos em se posicionar frente aos fatos, ele é derrubado, e instala-se um governo provisório. Floriano Peixoto assume o governo federal, e Júlio de Castilhos volta ao poder no RS no ano seguinte. O descontentamento das forças econômicas estaduais, com o autoritarismo de Castilhos, culminou com o movimento armado que eclodiu em fevereiro de 1893, e se estendeu até 23 de agosto de 1895.



Essa revolução ceifou muitas vidas, tanto de brasileiros, como uruguaios, que também se envolveram no conflito que se estendeu até os limites do estado de São Paulo. As classes mais baixas da população, entraram no conflito acompanhando os seus patrões, isto explica o engajamento de uruguaios no combate, pois muitos estancieiros gaúchos, possuíam propriedades no país vizinho, e formavam milícias armadas com seus peões.



Uma característica que me chocou muito e que achei menção em mais de uma fonte, e que talvez tenha sido uma das características mais marcantes dessa luta, tenha sido a degola, algumas fontes informam que em um único dia, chegou-se a decapitar cerca de 300 pessoas.



O CENÁRIO
Durante a Revolução de 1893, o Rio Grande do Sul era um Cenário de pura desolação. Era raro ver quem não tivesse caído em alguma desgraça; mortes, incêndios, destruição, estupros são causas tão comuns, que segundo uma das fontes, quem as ouve parece estar mergulhado no inferno dantesco. Estâncias eram abandonadas, vilas vazias, mulheres e crianças apavoradas por onde passavam as tropas. Muito se foi perdido. Estâncias eram saqueadas e os seus animais tomados para servir o exército de ambos os lados. A fome era uma constante que acompanhava os soldados e até mesmo o Povo Riograndense.



Ao passar pelas vilas, no interior tudo que se pode ver é o triste rastro de sangue deixado pela guerra. O terror veste o rosto das pessoas, as crianças apavoradas. Em uma cena do livro de Ângelo Dourado, ele narra que ao chegar próximo à umas casas, num vilarejo, se aproxima dele uma moça muito trêmula, com uma xícara de café, pedindo proteção ao noivo que estava escondido por perto. Só por essa narração dá para sentir o tamanho do pavor que as pessoas sentiam. Nos diz Ângelo: “.... na Serra Gaúcha não sevê uma casa que não seja habitada por mulheres de luto, já quasi insensiveis á dôr.” Conta ele que casas estão em ruínas, e que os habitantes se reúnem todos numa mesma casa, onde possam fugir com mais facilidade dos soldados legalistas.


É neste cenário também que encontramos mulheres à frente de grandes estâncias, grandes charqueadas, e casas de comércio administradas e chefiadas por mulheres. Isso acontece pois os homens estão, em grande parte na guerra, obrigando então as mulheres a tomarem conta de seus negócios.



Como eu disse há comércios, e no livro de Ângelo Dourado ele relata um momento em que a tropa parou em uma “casa de negócio”, que vendia café e pastéis fritos, e que a procura por estes pastéis foi tanta que era difícil se conseguir algum.



O cenário de horror que se encontrava o campo, o interior, muitas vezes não se mostrava tão aparente nas cidades. Festas continuavam sendo dadas pela alta sociedade, festas estas que, muitas vezes contavam com a presença de membros do exércitos. Moças sentavam em seus pianos e tocavam em seus saraus. Algumas destas mossas “casadoiras” da alta sociedade tinham uma visão utópica da Revolução, algumas viviam a revolta apenas de longe, de forma romanceada, só sabendo sobre ela o que era conveniente que soubessem.

OS MÉDICO NA REVOLUÇÃO
No relato de Ângelo Dourado o médico é o personagem principal. Estes ilustres personagens demonstram muita dedicação, pois, na paz e nos períodos de embates bélicos, enfrentando grandes obstáculos, são prova de grande devotamento e senso humanitário. Além de todos os ferimentos de guerra onde um médico poderia ser solicitado, no cenário em que se encontrava o Rio Grande do Sul durante a Revolução Federalista, as Infecções e doenças eram muito comuns; quando não eram mal enterrados, os corpos eram deixados para apodrecer aos relento, pois os revolucionários não sepultavam os cadáveres dos deus adversários. Além disso, o frio era um inimigo poderoso, os soldados muitas vezes dormiam ao relento, e doenças evoluídas da gripe, como a pneumonia eram comuns e quase sempre levavam à morte.



Geralmente, esses médicos eram voluntários, principalmente se lutavam por uma ideologia maior, que é o caso dos Feferalistas. Lutavam incessantemente com a falta de recursos, improvisando tudo o que podiam, e ainda guerreavam no meio das colunas.


Era comum um médico ser mandado de um acampamento para outro para cuidar dos feridos. Eles eram mandados, ou chamados por seus superiores quando havia falta de médico no outro batalhão ou no outro acampamento. Como os médicos eram poucos, era preciso que eles atendessem prontamente a esses chamados, não importando o frio, chuva, ou qualquer intempérie. Os trabalhos com os feridos tomava muito tempo da vida do médico, os acampamentos geralmente eram distantes uns dos outros, e eles tinham que procurar os feridos de barraca em barraca. Quando se está no trabalho e se consegue um ajudante, precisa esperar que este consiga água, que geralmente vem em uma “guampa” (espécie de cantil), pois sem água não se pode fazer os curativos. Eles não tinham tempo de descansar, muitos feridos precisavam de repouso após o atendimento médico, mas eles arriscavam em aumentar o número de feridos se ficassem parados por muito tempo. O transporte dos feridos era difícil; eles iam em uma carreta, e como o terreno era irregular, cada solavanco era um gemido, sem falar das chuva torrenciais, inundações e travessias de rios que a carreta era obrigada a enfrentar.



Como já foi dito, o estupro era comum nesta época, quando o exército passava, muitas moças eram violadas, e cabia ao médico muitas vezes ter que fazer o exame para constatar se houve ou não o estupro, pois muitas vezes o estupro poderia ser usado para incriminar alguém inocente por algum tipo de rixa ou vingança, como é o caso de um relato que está no livro de Ângelo Dourado, que me serviu como base para esta pesquisa.



O médico também participa das batalhas, mas a sua batalha realmente começa quando as balas não mais estão sendo disparadas. Após a batalha, o médico começa a sua correria entre os feridos, vendo quais são a prioridade. Se um militar do alto escalão precisar de atendimento médico, este será o primeiro a ser atendido, depois virão os outros. O médico também pode prestar seus serviços durante a batalha, inclusive tendo que passar pelo fogo inimigo. No relato de Ângelo Dourado, há uma passagem em que ele diz: … “ o meu caminho era indicado pelos cadáveres e feridos...”.


Outra coisa que é interessante ressaltar, que há fatos inusitados, histórias espetaculares, que apenas um médico pode contar a respeito de uma guerra. Quando as pessoas estão morrendo, geralmente a pessoa mais próxima, que tudo presencia, à quem tudo é revelado é o médico. Senas assim estão presentes no livro de Ângelo Dourado.



Em uma das cenas O Doutor, ou seja, o próprio Ângelo narra que um homem trouxe consigo à guerra um filho de uns 14 anos, orgulho deste pai, e que por alguma razão, um outro rapazinho, da mesma idade de seu filho, balhou o seu ventre, e o garoto caiu morto. O Doutor vivia morrendo de medo que o pai do menino que fora morto reivindicasse uma vingança aos moldes da morte de seu filho. Um dia, ouvindo tiros, saiu correndo com medo da vingança. Quando chegou perto de onde pensava se desenrolar uma cena de horror, o que ele viu o chocou ainda mais. O homem dava de comer e beber, conversando animadamente com o assassino de seu filho. O velho homem não culpava o menino, pois este, que lutava em forças contrárias à eles tinha ida à guerra não por vontade própria, mas porque alguém o obrigara, conseqüentemente, também não matara por vontade própria por isso tinha todo o perdão e simpatia daquele pai que havia perdido seu filho assassinado por suas mãos.


Também há tortura durante a Revolução de 1893:



“ … Aqui, como em toda a parte, a tortura tudo que a crueldade pode conceder (…) uma das vítimas foi um pobre moço de raça alemã a quem ele inflingiu tantos castigos corporaes, que perdeu quasi toda a pele. Um boticário conservou no álcool alguns fragmentos que eu consegui obter para fazer um presente ao museu”. - Ângelo Dourado - Voluntários do martírios.



Como pode ver, os fatos bizarros ocorridos aqui são tão fortes quanto em qualquer outra guera ocorrida no mundo. Não é porque ocorreu no Rio Grande do Sul que coisas bizarras não aconteceram por aqui. O que acontece é que este tipo de coisa nunca é mencionada nos livros de história.



O médico é sempre bem visto na sociedade, sempre que ele sai procurando auxílio, para mantimentos, comida, ou cavalos, geralmente ele recebe uma boa acolhida na casa de quem ele abordou. Isso se dá pelo respeito que as pessoas tem à figura do médico, que cura. Geralmente ele recebe mais do que veio pedir. Roupas eles quase nunca ganhavam, por isso estavam sempre com roupas velhas e rotas. No exército eles tinham um costume, só compravam quando tinham como pagar.


OS INSTRUMENTOS MÉDICOS:


Os instrumentos médicos presentes na Revolução de 1893, geralmente se apresentavam em uma maleta, nessa maleta estavam incluídos facas para amputação, serras grandes e pequenas, bisturis, sondas e instrumentos dentários e de trepanação. Não há instrumentos ginecológicos, de modo que o estojo provavelmente era destinado à homens apenas, ou supunha-se que na guerra não se usariam instrumentos deste tipo. Além disso, usavam o clorofórmio, um líquido fétido, usado para desinfetar feridas e acelerar a cicatrização.



Como o lema destes soldados médicos e voluntários era, quase sempre o improviso, sempre estavam precisando de qualquer material que pudessem aproveitar. Muitas vezes, quando a tropa que acompanhavam chegava à uma cidade, eram recebidos como heróis. Mesmo sujos e fedidos, pois só possuíam a muda de roupa que estava no corpo, moças e representantes da cidade vinham fazer-lhes a recepção. Neste momento eles aproveitavam para pedir às moças e a quem pudesse ajudar, que reunissem toda a quantidade de bandagens que conseguissem para que eles pudesse juntar à seu material. A escassez de recursos durante a guerra muitas era suprida da forma mais variada possível, e essa era uma delas.


CONCLUSÕES FINAIS
Viajavam por onde a tropa viajava: Cruz Alta, Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Vacaria, Santa Catarina. Os médicos viraram “nômades do martírios”, tendo que encarar as desventuras que lhe eram oferecidas em nome de um ideal. Ideal este que eles acreditavam com todo o fervor de sua alma, pois para eles, lutariam por sua Pátria sempre que ela precisasse.



Esses civis revogaram suas famílias para estar junto de um exército itinerante, mas que precisava de seus serviços desesperadamente. Sem nenhum recurso conseguiam fazer “milagres” no meio do campo de batalha, nos acampamentos. Sem sua presença, muitos teriam deitado seus corpos no meio da revolução sem chance de poder retornar e ver o “sonho da República Riograndense” que se concretizou após esta guerra.



Sem dúvida foram figuras de importantíssimas desta revolução, e que não recebem o destaque que merecem dos livros de história. Encontramos muitos livros que contam sobre a importância dos Generais, dos soldados e até dos cavalos; mas muitas poucas são as fontes que dão o destaque que a figura do médico merece. Deixo aqui estas páginas dedicadas ás este ilustre personagem que tanto contribuiu para a história da Revolução Federalista de 1893

segunda-feira, 20 de abril de 2009

AMIZADE É OUTRA COISA

Este não é um texto de minha autoria, mas como eu amei muito ele, sei que só guardando aqui eu vou conseguir conservá-lo. Qualquer outra tentativa de arquivá-lo terá sido em vão: agendas, diários cadernos, pastas em doc.... tudo. Então aí vai! COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES É CLARO!


AMIZADE É OUTRA COISA











Amizade não é algo que o faz sair do chão e o transporat para lugares que você nunca viu. O nome disso é avião!!!! Amizade è outra coisa!!!!





Amizade não é algo que você esconde dentro de sí e não mostra para ninguem. Isso se chama vibrador!!!! Amizade é outra coisa!!!



Amizade não é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala. O nome disso é bronquite asmática!!!!! Amizade é outa coisa!!!!!!







Amizaden não é algo que chega de repente e te transforma em refém. O nome disso é Sequestrador!!!! Amisade é outra coisa!!!!!!




Amizade não é a coisa que voa alto no céu e deixa sua marca por onde passa. Isso se chama pombo com diarréia!!! Amizade é outra coisa!!!!!!!



Amizade não é algo que você pode prender e colocar para fora de casa quando bem entender. Isso se chama cachorro!!!!!!! Amizade é outra coisa!!!!!




Amizade não é algo que lança uma luz sobre tí, te leva para ver as estrelas e te traz de volta com algo dele dentro de tí!. Isso se chama alienígena!!!!! Amizade é outra coisa!!!!!!

Amizade não é uma coisa que desapareceu, se encaontrado poderia mudar o que está diante de você. Isso se chama controle remoto!!!! Amizade é outra coisa!!!!!!!
AMIZADE É AMOR!!!
É RESPEITO!!!!
É PARCERIA!!!!
É MUITO SIMPLES!!!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

AS CRUZADAS




AS CRUZADAS


Resumo:


Este artigo representa os resultados finais da pesquisa sobre as cruzadas, realizada como atividade não presencial na disciplina de História Medieval I. Para Realizar esta tarefa utilizei como fontes as obras de: Read, Piers Paul, Os Templários; 2002 e os seguintes sites: http://www.jornallivre.com.br/219369/tudo-sobre-cruzada.html,http://http://www.wikipedia.com.br/, http://www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/cruzadas.htm. Na primeira parte do trabalho apresentamos a contextualização do período e as principais motivações para a realização das cruzadas. Na segunda parte, enfocarerei de forma mais detalhada o papel das cruzadas. A terceira parte tem como objetivo explicar os interesses econômicos que influenciaram esta investida contra o Oriente. Por fim, de forma resumida, apresentarei dados sobre as principais cruzadas.



Palavras Chaves: Cavaleiros, Igreja Católica, Terra Santa, relíquias sagradas, nobres, árabes.


Primeiras Palavras:



As Cruzadas é um tema que envolve muitas lendas, superstições e até um certo grau de misticismo. Histórias como a do santo graal e da arca da aliança são fáceis de serem encontradas no meio de histórias sobre as cruzadas pois exercem um certo facínio na imaginação contemporânea. O que quero é separar o mito da realidade. Darei ênfase apenas a aspectos reais da história, deixando o mito para os especialistas em ficção.



A SOCIEDADE NA ÉPOCA DAS CRUZADAS



As cruzadas aconteceram na Idade Média, que teve início na Europa, com as invasões germânicas e durou até o séc. XV, com a retomada do comércio e o renascimento urbano. O período medieval é caracterizado pela economia rural, com o comércio perdendo sua força e a igreja exercendo sua supremacia. Além disso temos um sistema feudal e uma sociedade completamente hierarquizada.
Todos os poderes estavam concentrados nas mãos dos Senhores Feudais, decidiam sobre a política e a economia, tendo o restante da população que acatar aquilo que fora decidido por eles. A estrutura política dava-se através da vassalagem. O senhor dava um pedaço de terra para o vassalo, sendo que este último deveria prestar serviços, ser fiel e ajudar o seu senhor. O Vassalo oferecia fidelidade e trabalho, e o senhor lhe dava proteção e um local para produzir. Estas ligações não eram necessariamente hereditárias, mas tinham tendência a se tornarem.



A Supremacia da Igreja Católica:



A nobreza feudal, composta por Senhores Feudais, Condes, Cavaleiros, Duques, Viscondes, tinham o poder em suas mãos, pois eram detentores de muita terra, e terra era sinônimo de poder. O Clero também tinha muito poder dentro da sociedade medieval, eles eram responsáveis pela segurança espiritual de toda a população, sendo esta muito devota ao Cristianismo e a Igreja Católica. A igreja era de veras importante pois sua influencia ia desde maneira de pensar e até no jeito de vestir, chegando até a ditar a moda. O poder econômico da igreja era baseado em grandes propriedades de terras que acumularam durante o tempo e uma quantidade grande de servos sempre aptos a trabalhar.
A educação era para poucos, apenas filhos de nobres estudavam, e a igreja era responsável por uma parte dela. A igreja ensinava o latim, doutrinas religiosas e práticas militares. No início os mosteiros eram realmente para se meditar, rezar, comungar com Deus. Com o passar do tempo, nobres começaram a enviar seus filhos para os mosteiros mesmo sem vocação religiosa, pois a igreja dava-lhes poder.
A igreja pregava uma vida simples, como a de Jesus, que abdicou de seu trono de rei. Isso levou muitos a abdicar riquezas e poder em troca da solidão eremita. Refugiando-se sozinhos em cavernas, grutas e montanhas, comendo o que encontravam e bebendo água da chuva, esses homens solitários começaram a aceitar outros em seus grupos para que pudessem meditar juntos, e assim surgiram os mosteiros. Como os monges passavam a maior parte do tempo fazendo trabalho braçal, os mosteiros logo se tornaram auto-sustentáveis. O restante do tempo eles gastavam escrevendo ou lendo nas suas bibliotecas ou meditando e rezando em suas celas. Seus relatos são muito importantes, pois sem este legado teríamos deixado muita coisa passar desconhecida por nós.
A população medieval era extremamente religiosa, idolatrava imagens de santos, que eram encontrados em vitrais, altares e pinturas. Assim como as imagens, a adoração de relíquias religiosas foi fugas neste período, chegando ao absurdo do roubo de parte de corpos de santos. Cada cidade fundava queria ter um túmulo de um santo e isso causava muitos conflitos. Sabemos que muitas dessas relíquias eram falsas, mas isso não impediu a comercialização de todo o tipo de relíquias que se pudesse inventar: ossos de santos, pedaços da cruz de Cristo, roupa de “São Fulano”, chumaço de cabelo de “São Beltrano”. O santo era o protetor, e estar em contato com a relíquia possibilitava estar em contato com o santo.



O Início das peregrinações:



Os cristãos da idade média eram educados desde cedo com o cristianismo, e a fervorosa adoração de relíquias santas atingiu seu auge na idade média. Movidos por um desejo de purificação santa, muitos desses cristãos se impulsionaram em peregrinações com destino à Terra Santa. Muitos viviam para isso, vendiam tudo, adquiriam dívidas só para poder chegar à Cidade Sagrada visitar os locais considerados por eles sagrados. Era o sonho de toda uma vida! O santo sepulcro, a via sacra; a cidade era literalmente sagrada para os cristãos medievais.
Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.Quando os árabes conquistaram Jerusalém no séc. XI., a situação se tornou inadmissível para o povo cristão do ocidente: ver sua cidade sagrada, onde Cristo foi crucificado, onde morreu e ressuscitou nas mãos de um povo que eles julgavam profanadores foi a gota d`água. Neste cenário, o Papa Urbano II convocou a primeira cruzada com o objetivo de expulsar o povo infiel da Terra Santa e assim se deu início a uma série de expedições. O nome se deu em ventura da roupa dos peregrinos que, ao viajarem em direção a Terra Santa pintavam uma cruz m suas vestes, passando assim a serem chamados de “os Cruzados”.



O PAPEL DAS CRUZADAS



As cruzadas representaram um importante papel no contexto de sua época. Visto por diferentes prismas, este papel nos mostra os diferentes legados deixados pelas Cruzadas dentro da sociedade. As Cruzadas modificaram sua época e abriram caminho para o surgimento de uma nova sociedade.
A abertura do comércio marítimo se deu por causa das cruzadas. Com isso fez-se circular pelos portos do mediterrâneo, produtos vindos do oriente, como queriam os mercadores Europeus. Sendo assim, a circulação de moeda dentro do continente cresceu e juntamente com ela o desejo por aumentar os lucros.
Com a abertura do comércio, as cidades voltaram a crescer e os Senhores Feudais foram obrigados a aumentar suas rendas e produzir também para suprir a demanda urbana. Eles fizeram de seus servos homens livres e arrendaram as terras a eles, modificando assim todo o sistema feudal.
Não podemos escrever sobre as cruzadas sem mencionar os “Cavaleiros Templários”, que segundo Piers Paul Read, 2002, foi a mais poderosa ordem militar dos cruzados. Essa ordem foi fundada com o apoio do Papa Urbano II, com a finalidade de dar segurança aos lugares e templos sagrados de Jerusalém, cidade que foi conquistada pelos Europeus na primeira cruzada. A Ordem dos Cavaleiros Templários, inicialmente formada por monges, passou a ser mais que uma instituição militar e se tornou uma ordem sagrada. Com o tempo nobres sem vocação religiosa de alistaram e a religiosidade cedeu lugar ao orgulho e a luxúria, mas sem jamais deixar de defender a Igreja. As instituições bancárias são um legado deixado pelos templários; afinal eles se tornaram ricos e poderosos, e viajar com muito dinheiro e tesouros não era muito aconselhável naquela época, acabaram por inventar as “transações bancária”da época.




INTERESSES ECONÔMICOS QUE MOTIVARAM AS CRUZADAS


Sabe-se também que não foi apenas os motivos religiosos que levaram as cruzadas, ouve outros. Muitos nobres Europeus entraram nesta contenda, seduzidos pelas riquezas que poderiam adquirir no oriente, já que naquela época, a herança ficava sempre com os filhos mais velhos e todos os outros ficavam sem terra. A expectativa se saques e pilhagens ajudaria esses nobres sem terras a conseguirem algum tipo de riqueza e prestígio.
Além disso, os comerciantes Europeus desejavam dominar o comércio de especiarias e artigos de luxo vindos do oriente através do Mar Mediterrâneo. As rotas comerciais para o oriente eram muito lucrativas e os turcos a estavam dominando. Os mercadores de Veneza, Gênova e outros tantos portos europeus precisavam dominar uma dessas rotas. Sendo assim, qual ocasião melhor para uma investida contra os muçulmanos que não as cruzadas? Lutar com o estandarte de Cristo e ser abençoado por isso. Era uma oportunidade imperdível. Produtos antes conhecidos somente na Espanha e em outros lugares dominados pelos muçulmanos como o algodão, cana de açúcar e diversas árvores frutíferas puderam ser difundidos para toda a Europa.




AS PRINCIPAIS CRUZADAS















Mapa das principais cruzadas

Primeira Cruzada: (1096 - 1099)
Formada por Godofredo de Bulhão. Desta cruzada participaram 250 mil cruzados. Eles conquistaram Jerusalém e outros estados menores turcos.

Segunda Cruzada: (1147 - 1148)
Organizada por Luis VII da França e Conrado III da Alemanha organizou esta cruzada que não teve êxito.


Terceira Cruzada: (1189 - 1192)
Conhecida como “A Cruzada dos Reis”. Os reis Felipe Augusto, da França, Ricardo Coração de Leão da Inglaterra e Frederico Barba-Roxa, do Sacro-Império, lutaram juntos nesta cruzada. Esta cruzada recebeu o apoio do Papa Inocêncio III. Barba-Roxa lutou, vencendo os muçulmanos mas morreu logo em seguida. Ricardo Coração de Leão tornou-se amigo do sultão Saladino e Jerusalém continuou em poder dos turcos.

Quarta Cruzada: (1202 - 1204)
Liderada por Balduíno de Flandres, chegou a Constantinopla, mas desistiu de seguir até Jerusalém. Não atingiu seus objetivos.

Sexta Cruzada: (1228 - 1229)
Liderada por Frederico II que conquistou Jerusalém recebendo o título de “rei de Jerusalém”. Mas, a cidade foi reconquistada pelos muçulmanos em 1234.

A Cruzada das Crianças
Acreditava-se que por serem puras (sem pecados), as crianças seriam compensadas por Deus. Porém em sua maioria acabaram sendo vendidas como escravas.
Nenhuma das cruzadas obteve o sucesso esperado e após dois séculos foram abandonadas.



Palavras Finais:



Olhando pelo prisma dos objetivos, o resultado final das cruzadas foi total fracasso. Não conseguiram atingir nenhum de seus reais objetivos. As cruzadas foram abandonadas e os lugares santos ainda estavam nas mãos dos muçulmanos. Se por este ponto de vista não foram satisfatórias, por outro lado tiveram uma positiva repercussão. As cruzadas ampliaram o conhecimento dos europeus a cerca do Oriente e seu conhecimento da geografia, das ciências e da tecnologia desses povos orientais foi renovado. A abertura do comércio incitou o capitalismo e uma mudança na sociedade. O que não podemos garantir é se esta mudança foi positiva ou não.